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Pandemia muda a relação dos brasileiros com o mercado de imóveis

Pandemia muda a relação dos brasileiros com o mercado de imóveis

Data21/08/2021 - 11:35:57h


A crise do COVID-19 impactou significativamente o mercado imobiliário brasileiro e também mundial. Preocupações com a saúde e pedidos de trabalho em casa levaram a mais compradores à procura de casas e mais vendedores dispostos a anunciar suas propriedades e negociar seus patrimônios num mercado aquecido.


 

Lotes na BA-502 em São Gonçalo dos Campos com parcelas de R$249,90.



Somado a isso, o distanciamento físico mudou diretamente a maneira como as pessoas habitam e interagem com o espaço físico, e os efeitos indiretos do surto de vírus fizeram com que a demanda por muitos tipos de espaço diminuísse, talvez pela primeira vez na memória moderna. Isso criou uma crise sem precedentes para o setor imobiliário. Além do desafio imediato, quanto mais tempo essa crise persistir, maior será a probabilidade de vermos mudanças transformadoras e duradouras no comportamento humano.

Apesar da queda acentuada durante o início da pandemia no ano passado, as vendas de casas se recuperaram pouco a pouco, entrando o ano de 2021 em franco avanço. Ao mesmo tempo, não podemos deixar de mencionar que a crise da saúde gerou um tributo econômico na forma de perda de empregos e incerteza.

Os temores dessa crise permanecem na mente de muitos, já que alguns proprietários têm lutado para fazer o pagamento de seus financiamentos e a taxa de desemprego permanece em níveis históricos. Por causa da pandemia, muitas famílias estão reconsiderando suas necessidades de moradia, pois suas casas se tornaram substitutos de escritórios, escolas, restaurantes e instalações recreativas.


 

O que aconteceu e por quê?

Com a pandemia, as vendas de casas em abril e maio de 2020 caíram para seus níveis mais baixos desde a crise imobiliária e financeira que adentrou no campo político brasileiro, com muitos investidores hesitantes em comprar um apartamento em SP no país.

Contudo, o número de casas anunciadas gradativamente foi aumentando após as eleições de 2018, somado ao otimismo que se relacionou com o país naquele período. Outras atividades econômicas que estão relacionadas com transações imobiliárias também foram afetadas pela pandemia.

Por exemplo, as inspeções domiciliares foram atrasadas ou canceladas e novas cláusulas foram adicionadas aos contratos de negociação final. Os bancos também experimentaram um aumento repentino nos empréstimos relacionados à pandemia – enquanto operavam em ambientes de contingência com menos funcionários – o que atrasou o processamento de contratos de financiamento, por exemplo. É provável que essas interrupções estejam gerando parte do aumento nas vendas pendentes de 2020 para 2021; contudo, a situação é de otimismo ainda assim.


 

Expressividade de vendas de residências existentes

Nos últimos anos, os investimentos imobiliários geraram fluxo de caixa estável e retornos significativamente acima das fontes tradicionais de rendimento – como dívidas corporativas – com apenas um pouco mais de risco. Desde o surto do vírus, no entanto, essa realidade mudou, e os agentes imobiliários foram duramente atingidos em toda a cadeia de valor. Os prestadores de serviços estão lutando para mitigar os riscos à saúde de seus funcionários e clientes.

A turbulência do coronavírus na primavera não levou a grandes quedas de preços. A combinação de baixa oferta e taxas de financiamento historicamente baixas permitiu que os preços se mantivessem estáveis ao longo de abril e maio de 2021. Os preços das casas vendidas não encontram-se altos durante a pandemia em comparação com o ano passado, em contraste com as quedas de preços vistas antes e durante as eleições presidenciais de 2018.

A atividade imobiliária residencial depende muito das condições locais, portanto, embora praticamente todas as principais áreas metropolitanas tenham experimentado um declínio significativo na atividade imobiliária durante o início da pandemia, agora o clima é de otimismo nesse setor, com a retomada de fôlego.


 

Perspectiva de habitação a longo prazo

Embora a recessão atual não tenha sido impulsionada por uma crise imobiliária, as perspectivas do mercado imobiliário são incertas devido à abrupta recessão econômica e à perda de empregos. No entanto, existem alguns sinais de retorno ao normal com o aumento da vacinação e novas perspectivas de ritmo da economia brasileira.

As condições de compra de casas melhoraram e estão de volta ao ponto em que estavam há um ano. Além disso, muitas famílias percebem boas possibilidades de compras disponíveis para viver em locais maiores, com mais qualidade de vida e nem sempre próximas aos grandes centros urbanos. A porcentagem de consumidores que planejam comprar casas nos próximos seis meses era a mesma de um ano atrás.


 

Influência do homeoffice

Muitos comentários continuam sobre como a pandemia remodelará a natureza do trabalho em casa e da relação de um imóvel com seu morador. O fato é que os trabalhadores que podem trabalhar em casa podem dar menos valor a um trajeto mais curto e se afastar de bairros mais centrais.

Além disso, muitas famílias estão substituindo amenidades domésticas (piscinas ou balanços) por amenidades comunitárias (parques ou condomínios clubes). Essa mudança também dá maior valor às características específicas de uma casa e menos à sua localização.

Ainda não está claro em que grau essas mudanças serão permanentes ou serão revertidas. Por exemplo, trabalhar em casa durante uma pandemia pode ser eficiente quando as oportunidades de lazer e contatos pessoais são escassas. A habitação é um investimento de longo prazo e o maior bem para muitas famílias, portanto, mesmo que as preferências mudem permanentemente, a incerteza econômica imediata pode manter os compradores em potencial à margem por algum tempo. Com uma oferta otimista de estoque, um crescimento sustentado nos preços das residências pode dificultar a ação sobre esses movimentos potenciais. Então, certamente para quem deseja investir em um apartamento à venda, a hora é agora!

A profundidade e a amplitude do impacto econômico no setor imobiliário são incertas, assim como a escala da catástrofe humana causada pela pandemia ainda não foi vista. No entanto, mudanças comportamentais que levarão a um espaço significativo se tornando obsoleto em um ambiente pós-coronavírus parecem iminentes. Dado o potencial para mudanças transformadoras, os agentes imobiliários estarão bem servidos para tomar medidas imediatas para melhorar seus negócios, mas também manter um olho em um futuro que pode ser significativamente diferente.

Fonte: Revista IstoÉ

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